terça-feira, 24 de abril de 2012

Aprendiz de feiticeiro em jornada dupla








Ponto 15-43, 15-43 … 15-43 … no cruzamento à direita, 43, … cruzamento à direita, 43 …
– Ó sinhôr, biu o 22?
– Não.

43, cruzamento à direita, … bolas! O miúdo distraiu-me, já passei o cruzamento. Para trás … agora é à esquerda …”

 Ó Bruuuuuuuno, esse é o 39?

Agora sigo a linha de alta tensão e é no ponto de cota mais elevada … onde é que está a linha de alta tensão?!! Devia estar aqui em cima da curva … népia … só se for este muro!?! Pois, esta linha com bola deve ser muro e não linha de alta tensão … SIGAAA”

 Ó sinhôr tem aí em cima alguma bandeira?

 Sim.
 
– Que númbaro é?

– Já não me lembro, já vou a descer; tens que ir lá ver se não perde a piada.

 “Ora bem, para onde é que eu ia? Já me baralharam outra vez as contas … é já a direito pelo meio deste verde! … eh pá, é só silvas! Ei já estou todo picado, e sangue e o camandro … mas aqui no mapa isto está a verde e bem nítido, bem escurinho … bom, que se lixe, pra trás e à volta …!”
– Ó sinhôr, por aí passa-se?

– Não te metas nisso rapaz, é perigoso. Não vez como estou todo picado?!
 
“… dentro de um quadrado? Quadrado aqui … só aquela ruína … cá está”
“… ah, desta vez não me apanham, está claramente do outro lado desta linha azul que só pode ser uma linha de água. Vou à volta pela ponte … azar nítido, está seca, tinha dado para passar!
  
“… olha outra linha de tensão; pois, pois, agora já sei que é muro …”

– Ó Joana, biste o Setôr? Num encontro o ponto, vou desistir.
– Ó meninas, que conversa é essa? Aqui ninguém desiste; vamos lá ver: de que ponto andam à procura?



Depois da diversão da véspera, e dum honroso 24º lugar em 33 competidores do escalão Difícil Masculino, acordei domingo, sobressaltado e com esforço, pois a diversão havia continuado noite dentro, noutros moldes bem distintos e a propósito de uma animada festa de aniversário.
A muito custo lá me levantei e de imediato tomei a decisão de ir de Vespa, porque precisava de muito ar frio na fronha. Iria ser fisicamente penoso e nem me passava pela cabeça repetir a classificação da véspera, da mesma forma que não me passava pela cabeça faltar à chamada, pois que esta coisa da Orientação começa a entranhar-se e mais a mais esta iria ser para mim uma data histórica: a estreia como atleta do GrupoDesportivo 4 Caminhos.

Encontro com amigos, os de sempre e os novos, hidratação – muita, aquecimento – pouco, partida e lá vou eu talude abaixo em busca do primeiro ponto. Neste circuito, com uma forte componente urbana, e portanto sem que o conhecimento da sinalética seja tão preponderante, não houve lugar a hesitações e dei tudo o que tinha e o que não tinha, para terminar num surpreendente 15º lugar, de entre os 40 atletas que terminaram o escalão Difícil.
A continuar assim ainda experimento isto com bússola, um dia destes.

2 comentários:

MPaiva disse...

Boa pá! Nestes tempos o que faz mesmo falta é que a malta se consiga orientar!

abraço
MPaiva

João Paulo Meixedo disse...

:) Infelizmente o que não falta é quem se oriente.
Por onde tens andado?
Aquele abraço.