sábado, 31 de janeiro de 2009

A coisa, ou como mentir dizendo apenas verdades

Folheando a SportLife de Fevereiro encontrei, na página 14, uma coisa. Chamo-lhe assim porque se por um lado não a posso honestamente classificar como artigo, também não a posso formalmente rotular de publicidade. Chamemos-lhe, então, a coisa.

Intitulada “As Pegasus que amam o planeta Terra – quando a ecologia corre”, a coisa tece rasgados elogios à NIKE e às míticas Pegasus, porque supostamente a sua elaboração tem em conta, a partir de agora, o meio ambiente, na medida em que 20% do poliéster e 3% da borracha utilizados são de proveniência reciclada.

Uau, estou sensibilizadíssimo!

Os gigantes deste mundo estão, como sempre estiveram, a marimbar-se para o meio ambiente, sendo que a única diferença em relação ao passado é que actualmente o seu comportamento passou a ser de um cinismo requintado, ao perceberam que o tema vende.

É o próprio patrão da NIKE que reconhece ter, em países do terceiro mundo como a Indonésia ou Vietname, crianças com menos de 12 anos de idade que trabalham em condições degradantes, 12 horas por dia, 6 dias por semana, em fábricas que utilizam químicos perigosos, respirando-os durante todo o dia. Já para não falar nas bolas NIKE, cosidas à mão no Paquistão, por crianças com menos de 8 anos de idade, trabalhando em caves imundas.

Entretenham-se:

http://www.angelfire.com/art/antinike/outro.htm
http://www.saigon.com/~nike/fact-sheet.htm
http://www.saigon.com/~nike/
http://www.globalexchange.org/campaigns/sweatshops/nike/stillwaiting.html
http://www.oxfam.org.au/campaigns/labour-rights/nikewatch/
http://www.saigon.com/~nike/fact-sheet.htm

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Tempestade no Alto Minho

A viagem, debaixo de uma intensa tempestade, culminou com uma entrada naquela que parecia uma aldeia fantasma, em face de um apagão daqueles à moda da cegonha.
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Procurar a fechadura às apalpadelas e experimentar uma das inúmeras chaves. A coisa começava a compor-se: acertei à primeira e transpus a porta, passando da noite para o breu. Com a luz do telemóvel como única fonte de luminosidade, abri gavetas e revirei armários até encontrar fósforos e duas velas. Chamei o pessoal e acendemos a lareira. Felizmente o fogão era a gás, e pudemos fazer um arrozinho de tomate para acompanhar os panados que já vinham prontos do Porto, tudo regado com Duque de Viseu.
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Instalamo-nos todos em torno da lareira, onde fomos jogando e beberricando até, já bem perto da meia-noite, sermos surpreendidos por uma repentina e quase sacrílega luminosidade: finalmente havia electricidade. Corremos para os quartos, fizemos as camas e ligamos os aquecedores no máximo; e em boa hora o fizemos, pois a luz haveria de fugir e voltar várias vezes ao longo da tempestuosa noite.
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O sábado amanheceu inesperadamente solarengo, se bem que com as marcas da tempestade bem espelhadas nas dezenas de laranjas que cobriam o quintal e pela vasta colecção de diferentes tipos de folhas que cobriam os nossos carros. Colocamos o peru (que já estava temperado de véspera) no forno e rumamos a Ponte do Lima, para um belo descanso activo pelas ruas daquela magnífica vila.
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De regresso à aldeia e após o repasto, acompanhado por um belo Mazouco, seguiu-se um passeio higiénico pela mata, para facilitar digestões e respirar um pouco de ar do campo. O resto da tarde foi passada em reclusão, apenas com a companhia de um salpicão e de umas pretas frescas, em reunião preparativa daquela que será a verdadeira aventura dos Leões de Kantaoui em 2009 – a Maratona de Boston. Como metade da equipa mora a 300km de distância da outra metade, teremos que, a partir de agora, aproveitar todos os encontros para acertar pormenores.
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No final da tarde fomos a Viana do Castelo, recolher os dorsais e regressamos para a nossa personal pasta party, acompanhada de Adamado de Ponte do Lima. A prova era já no dia seguinte, pelo que era melhor abandonar o maduro tinto e passar para o verde branco.
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De noite não ouvi chover, pelo que erradamente assumi que estaria um magnífico tempo para a prova. Tão depressa abri as portadas da janela do meu quarto como elas se fecharam entalando-me o braço direito. Não foi preciso muita ponderação para que o pessoal da caminhada optasse por passar a manhã de domingo em volta da lareira.
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Os dois bravos lá partiram para Viana, com a sensação de que o carro teria pelo menos um dos pneus furados, tal era o vento que se fazia sentir (o boletim meteorológico tinha anunciado ventos de 120 km/h).
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Ainda hoje estou para perceber se choveu ou não. De facto havia muita água no ar, mas ela parecia mais soprada pelo vento, que a ia buscar ao rio, às poças de água, ao chão, aos telhados, eu sei lá, do que propriamente caída do céu. Vento, meus amigos, vento havia para dar e vender.
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Fizemos a maior parte do aquecimento num estacionamento subterrâneo (isto começa a tornar-se um hábito) e lá vínhamos cá acima de vez em quando para espreitar o tempo, e logo voltando para a toca, quais suricates em dia de Inverno. Quando finalmente saímos da lura encontramos uma data de pessoas amigas, dos Leões do Veneza, dos Portorunners e muitos outros, mas só tiramos uma foto com o Mark, pois a máquina já estava guardada no carro. Foto essa que se viria a revelar como um verdadeiro talismã, na medida em que todos batemos recordes pessoais.
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A dureza da prova ficou bem patente nas palavras saídas dos altifalantes que preveniam para estarmos bem atentos às indicações dos delegados da prova, na medida em que as marcações haviam sido levadas pelo vento. Lá partimos debaixo de um vendaval indeciso, sempre soprando com intensidades e direcções diferentes, cada um para fazer a sua corrida. Até à viragem, nos 11km, a coisa ainda foi, com os meus quilómetros a variarem dos 4:10 aos 4:25; mas a partir daí, mal rodei o bidão fiz dois kms seguidos a 4:50. Nessa altura deixei de pensar em recordes e a partir dos 13km comecei mesmo a contar os quilómetros. O 14º foi feito inesperadamente a 4:15 e voltei a ganhar alento, saltando de grupo em grupo, sempre entretido a ouvir falar galego (36% dos atletas a completar a prova) e a fazer contas de cabeça, oscilando muito nos kms, mas nunca mais passando acima dos 4:30.
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Quando o GPS apitou para os 20kms gastei as últimas forças para, contra o vento, fazer o meu km mais rápido de toda a prova a 4:03, e terminando com um tempo oficioso de 1:34:04, que oficialmente passou a 1:34:29, por causa da habitual demora a cruzar a linha de meta no início da prova. Na meta já me esperavam os meus amigos Paulo Martins, com tempo oficial de 1:30:42 e Mark Velhote, com 1:31:24. De registar que o meu GPS (e os de mais 2 amigos com quem confirmei) assinalou mais 215m, o que daria menos um minutito, mas enfim, sempre baixei 2 minutos e meio o recorde anterior. Os meus dois amigos, esses nem se fala, bateram em muito os seus anteriores recordes.
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Para o ano cá estaremos, ou talvez não ...
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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Leões de Kantaoui em estágio no Alto-Minho

… preparando-se para a meia de Viana do Castelo
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Aqui ficam algumas imagens obtidas nas proximidades do nosso Centro de Estágios (no canto inferior direito da imagem), situado a cerca de 10km do local da prova.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Treino de domingo

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Preparo-me para o treino dirigindo-me à varanda das traseiras e limpando as sapatilhas que por preguiça lá deixei desde o treino anterior.
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Vou à cozinha e, num recipiente, junto 7 colheres de sopa de farinha, 1 colher de sopa de açúcar, 1 colher de sopa de manteiga, 4 colheres de sopa de leite, 1 ovo, 2 colheres de chá de fermento em pó, uma pitada de sal e amasso tudo muito bem até a massa estar macia e solta. Em seguida faço pequenas bolas que coloco num tabuleiro polvilhado com farinha e introduzindo-o posteriormente no forno, que tinha previamente aquecido.
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Vou em seguida à sala e ponho a lareira a carburar.
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Regresso à cozinha, faço um chá, retiro os scones do forno, agarro na manteiga e em compota e chamo a família para um lanche de inverno em frente à lareira.
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É que no Porto não chove; no Porto a água não vem de cima; no Porto a nuvem vai descendo até pousar calmamente no chão e nós passeamo-nos pelo meio da nuvem. E, de qualquer das formas, sempre ouvi dizer que o descanso faz parte do treino.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Kantaoui Lions Boston Tour – take II

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Ainda a 3 meses de distância vou ganhando fôlego para aquilo que pretendo venha a ser um relato regular desta nossa aventura na segunda mais antiga maratona do mundo, atrás apenas da maratona olímpica disputada pela primeira vez nos Jogos de Atenas em 1896, mas a pioneira de todas as que ainda se disputam actualmente, realizando-se ininterruptamente desde 1897.



A Maratona de Boston que ao longo das suas 112 edições já foi disputada em condições meteorológicas tão variadas como a neve ou os 40ºC, conta com a participação de 25.000 atletas, embora na sua centésima edição (1996) tenha atingido um recorde de 38.000 participantes. É uma prova com atletas de todo o mundo e cuja edição feminina foi ganha três vezes (1987, 1988 e 1990) pela nossa Rosa Mota.

os maduros que se propõem fazer a prova.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Nomes de que pouco se fala …

… que correm em clubes de que ninguém fala.

Jorge Pinto, atleta do clube Juventude Unida de Fornos, venceu as duas primeiras provas de 2009 realizadas aqui no distrito do Porto: a S. Silvestre de Stº Tirso e a S. Silvestre de Ermesinde, realizadas num intervalo de apenas 15 horas.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Treininho lentinho …

… porque estava 1 grau e havia uns flocos esquisitos que nos pousavam no rosto. Não era bem chuva, não era bem gelo, não era bem neve; eram uns objectos voadores não identificados que nos congelavam o esqueleto. Aos meus amigos Tavares, Rogério, Paulo, Novais, Manel e Eduardo juntou-se hoje, pela primeira vez, o Mark, que ficou, assim, a conhecer alguns dos Leões do Veneza.



domingo, 4 de janeiro de 2009

E fico-me pelas 3 *

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Tinha lançado a mim próprio o desafio de fazer 4 provas de S. Silvestre, no espaço de uma semana, mas fico-me pelas 3:
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Falta-me apenas falar acerca da de Stº. Tirso.
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Positivo:
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Fiz a viagem com o nosso amigo Mark e encontrei-me lá com o Paiva, o João Ferreira e o Capela (qualquer um deles fez melhor tempo que eu, sendo que o Mark e o Paiva bateram mesmo recordes pessoais).
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Negativo:
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Atraso de 15 minutos na partida;
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Degrau de 30cm na última curva do percurso, quando se faz o sprint final, e numa zona não iluminada;
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Ter que fazer fila para cortar a meta! Pois é, ainda mal refeito do susto do trambolhão que ia mandando no degrau, tenho que travar repentinamente, porque a entrega do saquinho com os brindes era feita imediatamente a seguir à meta, o que fazia com que não fosse possível cortar a mesma. Pergunto-me para que serve o chip e para que servem 11 anos de experiência de realização desta prova. (o tempo é, pois, do meu NDrive, que apitou para os 10km mesmo em cima da referida travagem). Classificações, via Vitor Dias.
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Curiosidades:
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O saco das recordações trazia uma garrafa de vinho verde de 0,75l e uma de água de 0,25l.
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* adenda (4 Jan 18:20)
bem que podia ter ido fazer a 4ª, hoje, a de Ermesinde: acabo de fazer um treino de 12 km (a 5:20, é certo, mas ...)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Bem sei café move montanhas …


… mas o que é que terá passado pela cabeça do Jorge Teixeira para colocar o Cristo Rei de Almada na T-Shirt da S. Silvestre do Porto?