“Ponto 15-43, 15-43 …
15-43 … no cruzamento à direita, 43, … cruzamento à direita, 43 …”
– Ó sinhôr, biu o 22?
– Não.
“43, cruzamento à
direita, … bolas! O miúdo distraiu-me, já passei o cruzamento. Para trás …
agora é à esquerda …”
– Ó Bruuuuuuuno, esse
é o 39?
“Agora sigo a linha de
alta tensão e é no ponto de cota mais elevada … onde é que está a linha de alta
tensão?!! Devia estar aqui em cima da curva … népia … só se for este muro!?!
Pois, esta linha com bola deve ser muro e não linha de alta tensão … SIGAAA”
– Ó sinhôr tem aí em
cima alguma bandeira?
– Sim.
– Que númbaro é?
– Já não me lembro, já vou a descer; tens que ir lá ver se
não perde a piada.
“Ora bem, para onde é que eu ia? Já me
baralharam outra vez as contas … é já a direito pelo meio deste verde! … eh pá, é só silvas! Ei já estou todo
picado, e sangue e o camandro … mas aqui no mapa isto está a verde e bem
nítido, bem escurinho … bom, que se lixe, pra trás e à volta …!”
– Ó sinhôr, por aí passa-se?
– Não te metas nisso rapaz, é perigoso. Não vez como estou
todo picado?!
“… dentro de um quadrado? Quadrado aqui … só aquela ruína …
cá está”
“… ah, desta vez não me apanham, está claramente do outro
lado desta linha azul que só pode ser uma linha de água. Vou à volta pela ponte
… azar nítido, está seca, tinha dado para passar!”
“… olha outra linha
de tensão; pois, pois, agora já sei que é
muro …”
– Ó Joana, biste o Setôr? Num encontro o ponto, vou desistir.
– Ó meninas, que conversa é essa? Aqui ninguém desiste;
vamos lá ver: de que ponto andam à procura?
…
Depois da diversão da véspera, e
dum honroso 24º lugar em 33 competidores do escalão Difícil Masculino, acordei domingo, sobressaltado e com esforço,
pois a diversão havia continuado noite dentro, noutros moldes bem distintos e a
propósito de uma animada festa de aniversário.
A muito custo lá me levantei e de
imediato tomei a decisão de ir de Vespa, porque precisava de muito ar frio na
fronha. Iria ser fisicamente penoso e nem me passava pela cabeça repetir a
classificação da véspera, da mesma forma que não me passava pela cabeça faltar
à chamada, pois que esta coisa da Orientação começa a entranhar-se e mais a mais
esta iria ser para mim uma data histórica: a estreia como atleta do GrupoDesportivo 4 Caminhos.
Encontro com amigos, os de sempre
e os novos, hidratação – muita, aquecimento – pouco, partida e lá vou eu talude
abaixo em busca do primeiro ponto. Neste circuito, com uma forte componente
urbana, e portanto sem que o conhecimento da sinalética seja tão preponderante,
não houve lugar a hesitações e dei tudo o que tinha e o que não tinha, para
terminar num surpreendente 15º lugar, de entre os 40 atletas que terminaram o
escalão Difícil.
A continuar assim ainda
experimento isto com bússola, um dia destes.
2 comentários:
Boa pá! Nestes tempos o que faz mesmo falta é que a malta se consiga orientar!
abraço
MPaiva
:) Infelizmente o que não falta é quem se oriente.
Por onde tens andado?
Aquele abraço.
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