sábado, 25 de abril de 2009

Boston Marathon

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AVISO À NAVEGAÇÃO:
O post é muito longo. Para leitura telegrámica queira, por favor, deslocar-se de imediato até ao ante-penúltimo parágrafo, directamente, sem passar pela casa de partida e receber dois contos. Ou então passar mesmo ao blog seguinte.
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Doem-me as pernas. Doem-me agora como me doíam no princípio deste treino de 11 km, iniciado às 2 da tarde. Nada que seja, no entanto, de estranhar para quem se deitou à uma da manhã e se levantou às 7 da matina, para trabalhar toda a manhã; isto depois de ter trabalhado tarde e noite anterior até às 23:30; tudo isto, claro está, após ter chegado a casa no início da tarde e na sequência de um período de 32 horas sem pregar olho, iniciado escassas horas após ter corrido uma maratona.
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Bom, isto já está a ficar muito confuso; o melhor é começar pelo princípio. O princípio mesmo foi quando ainda em 2008 me inscrevi para a Maratona de Boston, mas isso já vocês sabem. Não é necessário recuar tanto. Vamos apenas até sábado passado, quando após uma feijoada no Núcleo Sportinguista de New Bedford, nos convenceram a participar numa corrida de beneficência a ter lugar no dia seguinte (véspera da maratona!).

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Percorri esses 5 km nuns modestos 21:40, que deram ainda assim para me classificar em 41º da geral de entre 414 competidores. O Paulo, esse preferiu acompanhar a esposa, que se iniciou há pouco no mundo da corrida. Na verdade a minha mulher também correu, participando assim pela primeira vez numa prova oficial, sendo que a acompanhei na última milha, porque mal cortei a meta corri em sentido contrário para lhe prestar esse apoio. Já agora, deixem-me dizer-vos que o meu miúdo, de apenas 7 anos, também participou num prova de cerca de 200 metros, tendo-se classificado em 4º lugar.
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Mas tudo isto é pormenor (para vocês, porque para mim é motivo de grande orgulho ver a família alinhar nestas lides). O que eu vos queria contar era que no lanche/almoço que se seguiu (e que rico manjar; nunca vi nada parecido em provas portuguesas) conhecemos um luso-descendente, presidente do Greater New Bedford Track Club, o Fernando que, tal como outros presentes, se preparava para no dia seguinte correr a Maratona de Boston. De imediato combinamos viagem para Hopkinton (local de partida) no autocarro do clube.
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Acordar às 4:30 da matina, para estar no local combinado uma hora depois. 5:20, 5:25, 5:30, 5:35, 5:40, nem autocarro, nem camioneta, nem carro, nem cão, nem gato … arrancamos e fomos espreitar um pouco mais à frente. Lá estava o maralhal. Afinal não era no parque de estacionamento do Burger King, mas sim no do Mc Donalds, ou ao contrário, sei lá; para mim um hambúrguer é apenas um hambúrguer e quero distância deles nos próximos tempos.
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Havia tipos de almofada e saco-cama e cedo percebi porquê. Havia também membros do clube Mountain Milers, do Arizona. Após chegada ao local da concentração por volta das 7:00 – onde teríamos que esperar até às 10.30 – e termos saído para uma volta pela athletes village para ambientação e recolha de víveres, regressamos gelados ao quentinho do autocarro, onde ainda chegamos a tempo de testemunhar um acontecimento curioso: um pedido de casamento de um rapaz à sua namorada, ambos maratonistas, que incluiu anel solitário e tudo. Em seguida sacou de 2 enormes autocolantes com os dizeres “just engaged”, para colar nas respectivas camisolas.
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Após salva de palmas e parabéns por parte de todos os presentes perguntei ao noivo se ele teria condições para correr a maratona no caso de a noiva ter recusado o pedido, e se tinha na mochila um autocolante a dizer “just dumped”. Gargalhada geral e comentário do motorista, também maratonista, o italiano Joe: this portugueses are all comedians.
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No autocarro conhecemos um outro membro do GNBTC: um americano residente em Lisboa que é nada mais nada menos do que o editor em Portugal do Dean Karnazes e que quando soube que eu era português me disse: “já sei de onde me lembro da tua cara; na vépera da Maratona do Porto compraste-me um livro do Dean. Ias com uma criança pela mão”. Pôrra! Ele há gajos com memória de elefante; ou então foi o único livro que vendeu :)
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Disse-me que vai editar em português o DVD do Karnazes e garantiu-me que podemos contar com eles – Peter Cooper e Dean Karnazes – na próxima edição da Maratona do Porto.
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Mais uma banana, mais um café, mais uma mijinha, mais um gatorade, mais uma barrinha, mais uma foto, mais uma conversa e lá chegaram as 10:00h – hora de partida dos 14.000 atletas que se qualificaram.
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Às 10:30h, enquanto esperava juntamente com os outros 13.000 não qualificados na linha de partida passei o tempo, imagine-se, a bocejar! O sono sobrepunha-se à ansiedade e o Paulo gozava com a situação. Dado o tiro, demoramos 12 (!!) minutos a cruzar a linha de partida. O que vale é que o tempo oficial é o do chip.
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Tínhamos combinado rolar os primeiros 10kms a 5:15-5:20, mas perante tamanha multidão a única preocupação era arranjar forma de, em primeiro lugar, conseguir correr e, em segundo lugar, arranjar forma de ultrapassar os mais lentos.
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Excuse me daqui, excuse me dali, empurra um, empurra outro, trava, desvia, sobe barranco, desce passeio, quando de repente o GPS apita o primeiro km a 4:35. Digo ao Paulo para abrandar, e quase atropelo um palerma que já ia a passo. Os kms sucedem-se mais lentos mas sempre abaixo dos 5:00min/km.
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O povo é mais que muito, na corrida e fora dela, o Paulo e eu temos que gritar para nos fazermos ouvir, tal a algazarra de sinos, cornetas, trombetas, bandas, gritos, enfim.
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Começo a insistir com o Paulo para que ele siga a corrida dele e aos 7km abrando mesmo para o forçar, pois já tinha percebido que o estava a travar. Despedimo-nos e foi a última vez que soube dele. Até ao final da prova, bem entendido.
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Retomei o ritmo e comecei a fazer contas de cabeça. A achar que era possível fazer 3:30h se aguentasse bem até à meia. O dia é feriado e as famílias saem entusiasticamente à rua apoiando, oferecendo água, laranjas, bananas, cefé, cerveja (!), colocando cartazes de incentivo e de paródia: “shortcut” (a apontar para um bosque), “Obama says we can, but Kenyans take it all”, e muitos outros.
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Lá passei a meia com 1:40 e comecei a gerir o esforço, abrandando e bebendo em todos os abastecimentos, até que por volta dos 30km aparece a famosa Heart Break Hill, uma subida de cerca de 2km que faz as primeira vítimas. O final da mesma coincide com a entrada em circuito urbano, com a presença de muitos milhares de espectadores numa gritaria ensurdecedora e utilizando megafones com palavras de incentivo dizendo que passamos o pior, que agora está praticamente feita a maratona. A verdade é que acreditamos e todos aceleramos, eu chego a fazer os meus dois kms mais rápidos até ao momento, ainda faço mais um e mais outro, até que caio em mim e percebo que ainda faltam 6 ou 7 kms. Da cintura para baixo, tudo me dói (tudo excepto … bom, adiante. O joelho esquerdo ferve e é regado com dois copos de água em todos os abastecimentos desde antes da meia. Os quadriceps estão plásticos. Vejo gente a cair, como verei até aos últimos metros da prova, e começo a temer uma dor forte ou uma cãibra. Lá me aguento e corto a meta com 3:24:06, com 42.660m no meu GPS, provavelmente devido às centenas de esses que fiz durante toda a prova para poder ultrapassar multidões.
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Fico em 5577º de entre 22.849 atletas classificados abaixo das 6:30h, o que me coloca em 3º dos 8 portugueses presentes, sendo que fiz uma prova literalmente de trás para a frente, não passando 10s sem fazer uma ultrapassagem, e nunca tendo sido ultrapassado durante toda a prova. Poupo-vos aos pormenores emotivos e demasiadamente pessoais da chegada bem como ao frio e vento que enfrentei durante a prova, não sem antes vos dizer que o Paulo já se encontrava à minha espera, tendo registado um tempo oficial de 3:09:06, tendo sido o melhor português e, já agora, o tempo mais rápido de todos os que se deslocaram no autocarro do GNBTC. Classificou-se em 2562º.
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Nós com o Fernado, após a prova.
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No dia seguinte, já no avião, recebo das mãos da hospedeira o jornal The Boston Globe, com uma separata inteiramente dedicada à Maratona, incluindo a listagem de todos os atletas que concluíram a prova, de onde constam o do Paulo e o meu próprio.
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Para recordar até ser velhinho.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Maraturismo vai bem, obrigado, já quanto ao maratonismo …

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Dia 8 (9 de Abril) Rumo à Flórida
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Dia sem treino.

Visita ao Air Space Museum (simplesmente fabuloso) e ao de Museu de História Natural, antes de largarmos o Toyota Siena no aeroporto e continuarmos a rumar ao sul, abandonando finalmente a estrada e utilizando o meio mais rápido que existe de passar de um local para o outro, o que não propriamente o mesmo que viajar (a viagem continuaria dentro de momentos).

Chegada de noite a Orlando, recolha do Chrysler qualquer coisa e instalação no hotel.
Deixamos pela primeira vez os casacos vestimos finalmente calções.
Muda o clima, muda a paisagem, mantém-se os mesmos americanos: gordos e estúpidos.


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Dia 9 (10 de Abril) 1º dia na Disney
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Dia sem treino … de corrida, mas com muitos quilómetros percorridos a pé.
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Dia 10 (11 de Abril) Treino na Flórida
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Muita humidade.

Regresso aos treinos às 7 da matina, finalmente apenas de calções e t-shirt. 13 kms a 5:13, com muito sofrimento da minha parte (o Paulo parece-me em boa forma).
Mais um dia a bater a perna, desta vez no parque da Universal Studios.
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Dia 11 (12 de Abril) Domingo de Páscoa
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Mais um dia iniciado com treino às 7:00, com um treino de 11 kms a 4:57 (incluindo os 3 primeiros quilómetros a 5:45), terminado com muito esforço (isto não está fácil!) à porta do hotel. O Paulo, esse continuou por mais alguns quilómetros e ainda se deu ao luxo de apertar o ritmo.
Partida para os Everglades, em busca dos crocodilos e duma enorme variedade de aves, a bordo de um air boat.



Crocodilos que haveríamos de ver em maior quantidade nos terrenos circundantes às instalações da NASA, onde passamos a tarde.



Gagarin was the first, anyway!
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Dia 12 (13 de Abril) Mais um dia na Disney
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Apenas 6 kms a 4:40, às 7 da matina.
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Dia 13 (14 de Abril) Regresso ao norte e ao frio
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Mais um dia sem treino.

Partida, no nosso Chrysler não-sei-das-quantas, para Daytona Beach, para checkar a dita cuja, bem como a famosa pista Nascar.

Regresso a Orlando para apanhar o avião para Boston, ou New Bedford, para ser mais preciso.
Já estou farto da América dos americanos; dos idiotas dos americanos. Estou com saudades da América dos portugueses.
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Dia 14 (15 de Abril) Back to New Bedford
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Treino de 11 kms a 4:50 (o Paulo fez mais 4 kms e ainda baixou o ritmo total do treino para 4:30. Em boa forma, o rapaz), na Baía de New Bedford, terminado com uma visita ao Núcleo Sportinguista e um cimbalino no café Portugal (o Paulo preferiu uma bica).

sábado, 11 de abril de 2009

E vão mais 3

Dia 5 (6 de Abril)
No running

Acordamos com chuva. Dia dedicado às lojas de manhã e aos museus de tarde (Museum of Modern Art e Gugenheim).
Não treinamos mas nem por isso nos sentimos menos cansados. Para se conhecer realmente uma cidade há que palmilhá-la a pé, e percorrer Manhatan a penantes tem que se lhe diga.
Para compensar a falta de exercício fomos jantar junk food.

Dia 6 (7 de Abril)
Rumo a Washington
Treino às 7 da matina, por entre as ruas de Nova York, tendo como road map as moradas das rent a car.
Descobrimos que não é possível alugar um carro num Estado e deixa-lo noutro. Temos que largar o apartamento os meio-dia e ainda queremos visitar o centro de tecnologia da Sony, comer um último cachorro no Central Park e tentar pendurar um bendito post, mas não há meio de conseguirmos fanar rede.

De entre as alternativas de última hora - avião ou combóio - surge uma que nos parece muito interessante: contratar o Seu Carrrlos e sua Van, para nos levar a Washington.
Enquanto esperamos, um dos computadores que levamos consegue apanhar rede num vão de escada! Por azar, eu tinha escrito a crónica no outro computador, que insiste em não apanhar rede.
Seu Carrrlos está chegando e eu não tenho tempo nem paciência para bater de novo o texto. Corro à rua e regateio uma pen.

Coloco, finalmente o post, numa rede a carvão, e chega Seu Carrrlos. Não pode parar muito tempo, a rede vai e vem, fechamos o pc e seguimos viagem.

Mal entramos em New Jersey, paramos numa bomba, e enquanto o depósito enche, sem sairmos de dentro da van, o Paulo saca rede e penduro finalmente o post (o post anterior a este). Ainda deu para ver que o Porto estava a ganhar 1-0 ao Manchester.

A caminho de Washington - ao longo dos Estados de New Jersey, Pensilvania, Delawere, Maryland e Virginia - passamos em Filadélfia para visitar o famoso Liberty Bell.
Instalamo-nos num hotel à entrada de Washington, a cerca de dois quilómetros do Capitólio.


Dia 7 (8 de Abril)
Treino em torno do falo mais famoso da américa

Mais um treino às 7 da matina, de 15,5 km a 5:10 min/km.

De forma não premeditada apercebemo-nos que de que estamos a iniciar uma nova actividade que desconhecíamos até ao momento: running sightseeing.

Ingredientes: um ou mais corredores, as respectivas famílias, e pelo menos um dia livre numa terra desconhecida.

Preparação: de véspera passa-se num posto de turismo para recolher um mapa e informações acerca dos pontos de interesse a visitar.
Levantar às seis e meia da matina, tomar um pequeno-almoço frugal e sair para um treino de 10 a 15 km, traçando um percurso que ligue os diferentes pontos de interesse.
Regressar, acordar a família, e tomar um duche enquanto esta toma o pequeno-almoço e sair, em seguida, em grupo, repetindo o mesmo percurso calmamente, a pé, e ao longo de todo o dia.
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Visitamos, então, o Capitólio e os restantes monumentos, memoriais e museus que se entendem a seus pés, ao longo de cerca de seis quilómetros; e ainda fomos dizer adeus ao Obama, que gentilmente apareceu à janela da Casa Branca para nos dar um abraço e desejar boa prova, como podem ver na foto. Bom, confesso que na verdade ele veio mesmo foi pedir-nos ajuda para procurar o cão, porque ouviu falar português.


Ainda alugamos um carro por 24 horas para ver os arredores e para assegurar transporte para o aeroporto no dia seguinte.

terça-feira, 7 de abril de 2009

3 em 1

(updated)
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Dia 2 (3 de Abril) Primeiro km a 5:17
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(centro de estágios)
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Acordo às 6 da matina, já refeito da viagem. Há semanas que não dormia 7 horas seguidas, portanto não há jetleg que me arruíne.
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(preparados para o primeiro treino)
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Após um pequeno-almoço, algo exagerado, com panquecas e o escafandro, lá partimos para o primeiro treino – à chuva – por ruas desertas, polvilhadas aqui e ali pelas típicas casas de madeira rodeadas por um imenso relvado, que nos habituamos a ver nos filmes. 11km a 4:52. Não esquecer máquina fotográfica no próximo treino.
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(por aqui ainda há neve)
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Dia 3 (4 de Abril) Rumo a NY
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Treino de 10km a 4:43, iniciado às 7 da matina. Experimentamos novos caminhos, no mesmo bosque, ainda mais desértico do que na véspera, tirando a companhia de alguns esquilos. Hora prevista de partida: 8:00; hora efectiva: 12:00 … ou não fossemos todos portugueses! Lá seguimos, homens num carro e meninas no outro (ao todo somos 10) ao longo dos estados de Massachussets, Rhode Island, Connecticut e Nova Iorque.
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Dia 4 (5 de Abril) Correr no Central Parque
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(como podem ver, entramos em NY com semáforo verde)
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A cidade que nunca dorme, afinal dorme mesmo, a começar pelo GPS, que teima em não encontrar satélites. Bem sei que são 7 da matina de um domingo de manhã, mas não se vê vivalma. Estamos a 50 metros da Quinta Avenida, e a 1 km do Central Parque, para onde rumamos sem hesitações. Começamos a ver os primeiros corredores, mais corredores, muitos corredores, corredores com dorsal … mas afinal o que é que se passa aqui? Uma corrida em pleno Central Parque. Inscrições de última hora: 40$. O Paulo só tinha metido 20$ ao bolso e eu nem isso. Continuamos o treino, e quando méis hora depois passamos outra vez na partida já a corrida tinha começado: entramos no percurso, passamos o carro-vassoura e fomos passando os últimos classificados um a um, até que resolvemos regressar, porque as famílias já nos esperavam Acabamos por fazer 18km a 5:02.
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Nessa manhã, enquanto rumávamos a China Town, numa paragem para descansar junto a um parque onde se jogava basquete e hóquei o Paulo meteu conversa com um fulano que se entretinha sozinho com uma bola de futebol (do nosso). Daí a começarmos a dar uns toques com ele foi uma pressinha. Tudo parou para nos ver jogar. Até o Francisco (de 7 anos) recebia palmas quando se entretinha com a bola.
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(reparem bem no espécimen ali atrás à direita)
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De regresso da Rua do Loureiro cá do sítio fomos almoçar ao Soho e passamos o resto do dia a passear pela Quinta Avenida, Times Square e arredores, e ainda subimos ao topo do Empire State Building. Hoje fizemos mais quilómetros a caminhar do que a correr.

sábado, 4 de abril de 2009

Dia 1 (2 Abril) - Até Sumol havia

Deitar à uma, acordar às cinco.
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Aeroporto. Encontro casual com o meu amigo Jorge, de partida para uma aventura no Ártico.
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Escala em Madrid. Longa se torna a espera. Finalmente a bordo, e guardando para mais tarde a National Geographic que me chegou ontem pelo correio, folheio a revista de bordo enquanto espero pelo "muy buenas tardes, lhes lhama el comandante blá, blá, blá ...".
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Deparo-me com o horóscopo, eu que só tenho uma certeza nesta vida: a de que de que tudo o que tombe neste mundo é apenas fruto da razão e da emoção, não deixo ainda assim de deitar o olho ao Zandinga lá do sítio:
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"This month do exercise to strong tensions. Enjoy what you have, whether at home or travilling overseas" (moento zen do dia).
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Deixando para trás os pormenores de uma ensardinhada viagem de 8 horas de um tipo de 1,90m, passemos ao filme que constitui o desmbarque em terras de Archie Bunker:
No final da manga que nos vomita para fora do avião, deparo-me logo com uma gigantesca bandeira do país anfitrião - nada que não tenha visto já em países árabes.
O controlo de pasaportes é surreal: impressões digitais, leitura e gravação da retina, "o que é que foi fazer à Tunísia", "e ao Brasil", ..., "vai ter que passar a uma segunda fase d controlo de entrada" isto é pessoal que acredita mesmo no lobo mau! Entro numa sala cheia de polícias e e hispânicos. "- o que o traz aos States?" Pôrra, até que enfim, estava a ver que ninguém me perguntava! "- I came for the Boston Marathon". Tudo mudou: carimbo de imediato, "quanto tempo faz?", "quanto tempo treina?", "wellcome to the Sates", "boa prova" e siga marinha sem abrir malas nem nada. Estes romanos são loucos!
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Quadro completo, entrada no segundo nível. Lá estava o Paulo à nossa espera e Boston também.
Segundas impressões: carros monstruosos - tudo diferente, engarrafamentos - tudo igual, condutores bem comportados - tudo diferente, prima do Paulo a conduzir à moda lusa - tudo igual.
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Ao fim de 45 minutos já estamos numa zona rural, com os tios do Paulo e restante família à nossa espera na sua magníica casa no meio do bosque. Recebidos preincipescamente como só os portugueses longe da pátria o sabem fazer. Depressa me esqueci que estava fora de Portugal: casa decorada à moda lusa, comidinha magnífica, excelente maduro tinto portguês; até Sumol havia, para os miúdos. Findo o repasto e após 22 horas sem pregar olho, lá me fui deitar.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A importância dos pormenores

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Fui fazer o derradeiro treino em terras lusas e … esqueci-me das palmilhas.
Ainda ponderei cancelá-lo, ou regressar e fazer o treino a partir de casa, mas, por um lado não me posso dar ao luxo de deixar de meter quilómetros nas pernas, e por outro apetecia-me fazer um treino despedida com os meus companheiros habituais; pelo que fui assim mesmo. Resultado: parei ao fim de 15 km, com dores nos joelhos e na coluna.
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Entretanto ...
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... até ao meu regresso.