O assunto tem vindo amiúde à baila, sendo que do aplauso à crítica, passando pela indiferença, ouve-se de tudo um pouco. Se aos indiferentes lhes reservo iguais sentimentos e aos que aplaudem me junto para engrossar o pelotão, cumpre-me rebater os argumentos dos críticos.
Não sendo indiferente aos múltiplos relatos, lidos ou ouvidos de viva voz, relativos aos mais variados sofrimentos que vão desde as simples cãibras e dores musculares até desmaios, desidratações, perdas de visão, enfim é melhor parar por aqui porque já estou a fornecer demasiados argumentos ao inimigo. Não sendo indiferente a essas realidades, dizia eu, a verdade é que tudo se resume a uma questão de escala; senão vejamos: actualmente, lesionado e com falta de tempo, faço um treino por semana, sendo que no mês passado fiz uma maratona, tendo o meu plano de treinos consistido em rolar de longe a longe a 5:30-5:40. Já este mês, ainda lesionado, fiz um treino de 27kms e uma meia-maratona na areia.
Porque é que me apelidam de herói, ao contrário do que fazem aos meus amigos ultra-maratonistas, que cumprem rigorosos planos de treino e fazem uma vida regrada, com alimentação e descanso cuidados? Bom, fico-me por aqui; já me estou a esticar demais. Deve ser dos taninos, mas estas tripinhas estavam mesmo a pedi-las.
5 comentários:
Olá amigo João, é natural o desconforto, é preciso perceber que os amigos que correm longas distâncias já estão habituados aos elogios e ás críticas (estas pelas piores razões) e que dificilmente perceberemos as suas causas, e não é de todo inocente que o tratem com alguns "mimos", bem intencionados é claro, pois a companhia que lhes faz, os concelhos e opiniões que emite, a experiência acumulada e a perfumance já alcançada fazem do meu amigo aquilo que é e que tarda em reconhecer. Mas essa é uma virtude muito particular e ao alcance de muito poucos, é por isso que gosto de vez em quando ler e também ouvir esses safanões, que acabam sempre por serem reprimidos quando pensamos que a corda já vai esticada de mais e abafamos com receio de o nariz começar a ficar empinado de mais.
Um abraço.
ah ah essa no nariz foi um belo trocadilho meu caro amigo ultramaratonista da vida.
Um enorme abraço.
Bom tema, amigo João.
Deu-lhe uns excelentes tópicos bem ao estilo Meixedo, que nos deixa sempre bem disposto.
Vamos esperar pelo desenvolvimento do assunto, já que, com a grande participação lusa na Comrades, é oportuna falar nisto.
Mas avanço já com uma "teoria" arriscada : Não há limites !
Grande abraço.
FA
Companheiro
Nem de propósito,visita o meu blog e vê o tema que lancei em relação ás ultras-maratonas.Aceitam-se comentários.
Agora quanto a isso dos planos de treino e dietas rigorosas,sabes muito bem que não seguidor,cumpro o mínimo.Em relação a ti,as únicas diferenças é que treino mais e vinho,nem vê-lo(porque não gosto).
Quanto a limites,costumo dizer e já te disse a ti,os nossos limites estão "entre as nossas orelhas"!
Aquele abraço
Paulo Rodrigues
Pois é, caros amigos Fernando e Paulo, parece-me que vocês estão em sintonia comigo: o limite está, como muito bem diz o Paulo, entre as orelhas. O que não significa que a inexistência de limite se aplique apenas a quem "não tem cabeça" :)
Um grande abraço a ambos.
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